Estava assistindo a um episódio da série The Carrie Diaries quando a sábia mocinha que dá nome à série diz: “Talvez a razão pela qual Cinderela estava tão feliz quando o sapato serviu não foi por causa do príncipe, mas, sim, pelo sapato”.
Nunca
tinha pensado por este ângulo. E ela tem toda razão.
Desde
pequenas somos apresentadas às histórias das princesas, e esta em questão, é
uma das mais populares.
Como
toda garotinha sonhadora que adora uma Barbie e planeja seu casamento todos os
dias com o Ken, a maioria vê apenas uma princesa que encontra o seu príncipe
e vive feliz para sempre.
Devo
confessar que a Gata Borralheira nunca foi a minha princesa favorita (Qual é,
gente! Quem deixaria para trás aquele maravilhoso sapatinho de cristal???).
Minha princesa favorita tem barbatanas. Talvez por isso nunca tenha dado muita
importância à história da Cinderela.
Vamos
analisar desde o princípio...
Cinderela,
órfã, vive com a madrasta, que tem duas filhas malvadas (uma nem tão malvada
assim. Apenas mal amada, como podemos ver em Cinderela 3. O que não vem ao
caso).
Nossa
mocinha em questão é tratada muito mal pela mulher que casou com seu pai e suas
duas filhas. Trabalhando como empregada da casa da família, Cinderela tem como
única companhia os ratos e outros animais falantes.
Cinderela
vive obedientemente a vida imposta a ela, até que um dia chega um convite real
para o baile em homenagem ao príncipe, onde diz que todas as mocinhas solteiras
devem comparecer ao mesmo, por ordem do rei. Yeah! Assim ele poderia escolher a
princesinha com quem passaria a eternidade.
Como toda boa madrasta dos contos
de fada, sua mamãe querida deixa Cinderela ir ao baile se a mesma terminar o
serviço. O que não passa de uma mentirinha nada inocente, já que a madrasta
amada a prende dentro de casa para impedi-la de ir ao baile.
Sem
nada para fazer, a fada madrinha decide ajudar a nossa mocinha em apuros. Com o
balançar da varinha e um Bibbidi Bobbidi Boo a
Gata Borralheira ganha um vestido deslumbrante e sapatinhos de cristal dignos
de princesa. E com a promessa de que estará em casa até meia-noite, Cinderela
parte para a festa.
A
partir daí todo mundo já sabe. Cinderela dança com o príncipe. Relógio bate.
Cinderela corre para casa. Esquece sapatinho.
Agora
que fica bom. O bonitinho PRECISA do SAPATO para ACHAR a sua AMADA.
Peraí,
gente! Além de não ter nome (que príncipe digno se chama Príncipe?), sua alteza
real nem mesmo se importa em procurar por sua tão “amada” donzela. Isso mesmo.
O descansado manda seus empregados reais realizarem a busca.
Nem
preciso comentar o fato de que ele precisou do sapato para encontrar sua
alma-gêmea. Ou seja, sua alteza real nem mesmo se lembrava do rosto de seu amor
eterno.
Quem
ficaria feliz de se casar com um principezinho mimado de meia tigela?
Sim. Cinderela ficou feliz por causa dos sapatos!
Tudo bem. Ela gostava do
príncipe. Mas como já disse uma sábia alma, o amor é cego.
Vejo
sempre nas redes sociais as pessoas reclamando que os filmes da Disney nos
iludem desde cedo, porque vivemos à procura do homem perfeito, do Príncipe
Encantado. Não vejo nada disso.
Os príncipes estão longe de serem perfeitos. O
que vejo são homens preguiçosos que deixam nossas princesinhas fazerem todo o
trabalho duro.
Eles
só aparecem quando já está tudo bem para colherem os louros das lutas das pobres
mocinhas. Príncipe Phillip (Bela Adormecida) é um dos poucos que merecem um pouco do nosso respeito.
E,
nós, princesas do dia-a-dia, somos assim. Conquistamos o nosso lugar no mercado
de trabalho, buscamos nossa independência financeira. Nem sempre queremos um
príncipe, ou, para algumas, uma princesa, mas sempre temos um objetivo, seja lá
qual for.
E, para mim, fica a
mensagem de que devemos ir à luta pelo que queremos, acreditamos e amamos. E se
um sapato nos levará a isso, melhor ainda! hahaha
Agora, esqueça que o sapatinho é um sapatinho (isso mesmo!). Podemos vê-lo, na verdade, como uma representação de nossas qualidades ou de nossas ações que tornam possíveis aquilo que queremos e amamos.
Agora, esqueça que o sapatinho é um sapatinho (isso mesmo!). Podemos vê-lo, na verdade, como uma representação de nossas qualidades ou de nossas ações que tornam possíveis aquilo que queremos e amamos.
E se seu sonho for ter um desses,
se vira, querida! Só existem 20 pares (que, provavelmente, já acabaram há muito
tempo).
Já, Zoltan Viczan levou a história do sapatinho de cristal a sério até demais. Dá só uma olhada na versão dele:
Já, Zoltan Viczan levou a história do sapatinho de cristal a sério até demais. Dá só uma olhada na versão dele:
Gostaram dos sapatinhos inspired? Também acham que a Cinderela ficou tão feliz foi pelo sapatinho e não pelo Príncipe "Príncipe"?