Esta deveria ser a primeira frase do blog: “Eu tenho um vício”. Mas acho errado começar com algo que traga significados tão negativos como a palavra vício.
Bem... Minha história com eles começou quando eu apenas
tinha um ano de idade. Isso mesmo! Comecei cedo. E desde então nunca os
esqueci.
Era uma belíssima noite de dezembro (bela, pois era meu
aniversário), quando eu, vestida como uma princesa, os percebi pela primeira
vez.
Eu nunca imaginaria que o objeto que estava dentro daquela
caixinha que a Tia Clarice me entregou seria uma das minhas maiores paixões.
Acho que o amor foi à primeira vista, pois, ao vê-los, com
os olhos brilhando de tanta alegria, pronunciei para mamãe a minha primeira frase
completa. E cheia de orgulho da sua primogênita, escutou: “Papau Cacá deu”.
O Papau era um sapatinho rosa estilo boneca. Daqueles que já
não vemos muito hoje em dia porque as mães insistem em vestir suas filhas como
mini adultas.
E foi com aqueles sapatinhos que meu destino foi traçado.
Desde aquele momento soube (provavelmente não) que eles me acompanhariam a vida
toda. Talvez seja por isso que não gosto de andar descalça.
O tempo passou, o Papau também. Não sei onde ele foi parar.
Talvez algum dia desses eu me lembre de perguntar à minha mãe qual foi o
destino dele. Mas o que não passou foi
minha paixão por eles. Sim, os sapatos.
Ah, os sapatos...
De variadas formas, alturas, cores e estilos, eles sempre me
encantam.
Certa vez escutei em alguma série que bons sapatos te levam
a bons lugares. Nunca me esqueci desta frase e da verdade por trás dela.
Muitas pessoas não entendem isso, talvez por pensarem nisso
como uma futilidade. Sim, é um bem supérfluo. Mas o que seria da vida sem coisas
para nos distrairmos?
Eles ditam a moda e levantam qualquer visual. Com um simples par de sapatos podemos expressar nos estilos,
nossos gostos, nossas intenções. Eles são um reflexo de quem somos. E, apesar
da grande maioria odiar rótulos, podemos identificar aqueles que curtem as
mesmas coisas que a gente pelos sapatos. Isso, quando o mundo da moda não prega
uma peça em todos nós e populariza um acessório antes exclusivo de um
determinado estilo. Nesse caso, é só recorrer a uma das mais velhas formas de
comunicação: a conversa.
Eu, como a maioria, já passei por vários estilos de “papaus”.
A gente vai crescendo, aprendendo e mudando.
Passamos pela fase bonequinha. Onde nossas queridas mamães
brincam de boneca com as melhores bonecas do mundo: a filha. (Pausa para o
beijo pra mamãe: Beijo, mãe! ;*)
Foto: weheartit |
Papau, é você?
Depois queremos brincar de ser a mamãe. Usar a maquiagem da
mamãe, a roupa da mamãe, os sapatos da mamãe.
Foto: weheartit |
E, de repente, já somos adolescentes, usando os mesmo sapatos da mamãe que antes não serviam. Algumas descobrem um estilo musical e o expressa em sua maneira de vestir. Nos tornamos adultas e vem o trabalho, a faculdade, viagens não no meu caso, etc.
Foto: weheartit |
Uma coisa é certa: eles sempre estarão lá. E eu amo a companhia deles!