Nós, Sou.

Foto: weheartit

"Dê-me apenas um motivo", disse ela naquele momento em que parecia ser o último. Ele respondeu que o amor não necessitava de motivos, e sim de atitudes. Ela, então, cansada, disse que poderia ser um motivo qualquer, não grande, mas também não pequeno. Ele, por sua vez, disse que por mais palavras que usasse não a fariam mudar de ideia. Ela, então, disse que ele poderia pensar em algo para fazê-la se surpreender e não precisava ser pro agora, mas também não poderia esperar por muito tempo. Ele sussurrou no ouvido esquerdo dela que a amava. Ela tocou nas mãos frias de seu namorado. Ele sorriu, ela respirou. Ele disse que ela ainda não tinha acabado, que algo estava preso em seu doce coração. Ela, então, sem medo, ou até com muito medo, disparou que não acreditava no amor que ele lhe havia prometido desde o início. Ele olhou pra baixo e disse que se não gostasse do relacionamento já teria deixado-a. Ela disse que esse motivo não valia, pois ele não tinha boas experiências com namoros e que comodismo não se encaixa em amor. Ele disse que não voltaria no assunto dos motivos. Ela falou que queria um tempo pra pensar, pois ele não a fazia feliz. Ele tocou na doce face da menina. Ela ficou vermelha. Ele disse que a amava, novamente. Ela chorou. Ele disse que ficariam juntos e com o tempo as coisas iam se ajeitando. Ela falou que não gostava de esperar e que precisava de motivos. Ele se estressou e falou sobre terminar. Ela se desesperou. Ele, no fundo, sentiu que havia ganhado a batalha daquele dia. Ela pensou. Ele olhou pro lado. Ela se sentiu derrotada e desistiu. Ele a abraçou e falou que a amava, novamente. Ela ficou feliz sem o motivo que queria ouvir. Ele disse até logo. Ela pediu desculpas por lhe pressionar. Ele disse que a amava, novamente. Ela esqueceu-se de tudo, por alguns momentos, por alguns minutos, ou talvez tenha sido por alguns segundos. Ele. Ela. Não os dois. Sem motivo. Sem amor. Sem vida. Ela. Ele.

Obs.: Primeiro post meu neste blog. Agradeço especialmente a esta colega, Sabrina Franzoni, que encontrei em meio à tantas madrugadas sem dormir. Um abraço incondicional e marcante nesta pessoa com quem compartilho de ideias, sonhos, vivências, séries e vida. Espero dar o meu máximo e ser um colaborador à altura de tamanha escrita e inteligência. Boa sorte!