07 junho 2015

A Irmandade da Noite e a busca inconsequente por seguidores




Sinopse: Na cidadezinha de Fairview, um grupo de meninas formam a Irmandade da Noite, que se reúne misteriosamente na floresta. Emily Parris (Kara Hayward) não é chamada para a Irmandade, mas descobre que três de suas colegas de classe (Georgie Henley, Willa Cuthrell-Tuttleman e Olivia DeJonge) participam e as segue. Suspeitando que elas pratiquem rituais místicos, ela faz acusações às garotas em um blog. À medida em que as alegações de Emily chegam aos ouvidos da mídia nacional, o vilarejo é invadido por repórteres e curiosos, ao mesmo tempo em que as acusadas fazem voto de silêncio.


Decidi ver o filme por pura curiosidade. Georgie Henley, a pequena Lucy de As Crônicas de Nárnia, é uma das protagonistas (curiosidade: William Moseley, que interpretava o irmão mais velho de Lucy, está protagonizando a série The Royals, e Anna Popplewell, que interpretava a irmã, está na série Reign). Tenho essa mania de entrar no IMDB e ver os trabalhos atuais dos atores de filmes que eu gostava. É. É estranho.

Como A Irmandade da Noite era o último trabalho listado no IMDB, resolvi que este seria o escolhido da vez. Não procurei saber muito sobre o filme. Vi o trailer no YouTube e só.

Confesso que, pelo trailer, não fiquei muito empolgada, o que me fez deixar o filme pra depois e assistir séries em seu lugar.

Só posso dizer uma coisa: fico feliz de ter a animação que faltava para ver o filme.



A Irmandade da Noite conta a história de Mary, Catherine, Lavinia e sua irmandade. Mary é a garota que tem carisma natural, o que provoca reações diversas em suas colegas de classe.

Mary, Catherine e Lavinia fundam um irmandade secreta, tornando o elo entre elas ainda mais forte. Aos poucos elas ampliam o círculo de amizade, convidando novas garotas para seus rituais noturnos na floresta por meio de bilhetes misteriosos.

À medida que os rumores sobre a irmandade se espalham na escola, a euforia se instala: todas querem fazer parte daquele grupo, principalmente Emily.

Antigo desafeto de Mary, Emily é a razão pela qual Mary desativou suas redes sociais. Depois que Emily roubou o celular de Mary e postou suas mensagens na internet por vingança, a garota decide fazer um voto de silêncio.

O voto de silêncio também passa a ser parte da Irmandade e sua essência.

Emily não tem amigos. Tem um blog na internet que ninguém lê e tem uma relação de amor e ódio com Mary. Embora não goste da garota, ela quer fazer parte da irmandade a qualquer custo.

Ao ver uma de suas colegas de classe receber o convite para a irmandade, Emily dá um jeito de vê-lo para descobrir o local secreto das reuniões. E é a partir daí que tudo muda. Ela vai até a floresta e espia as garotas durante a reunião, tirando fotos.

No dia seguinte, se instala o caos. Emily posta a foto tirada da reunião em seu blog e escreve afirmando que as garotas fazem parte de um culto, alegando que sofreu violência sexual e física nas mãos de Mary e as demais garotas. 

Com o tempo, o blog vai ganhando notoriedade pelos relatos de abuso sexual de Emily. Com isso, outras garotas da escola começam a afirmar que também são vítimas das garotas da irmandade. O caso ganha notoriedade nacional, com a cidade sendo invadida por repórteres e o blog de Emily se transformando numa espécie de confessionário, atraindo relatos de garotas do país inteiro vítimas de todo o tipo de abuso.

A vida das garotas da irmandade sofre uma reviravolta, tendo que lidar com a desconfiança e recriminação não só da cidade inteira, mas também de seus pais.



A Irmandade da Noite é mais um entre os diversos filmes atuais abordando as consequências do cyberbulling.

É inegável o benefício que temos a partir da rapidez do acesso à informação propagado pelas redes sociais e derivados. Porém, ao mesmo tempo, temos a disseminação de fatos caluniosos e danosos ao alcance de um clique.

Mary, ao fazer o voto de silêncio online, quando desativa suas redes sociais, faz uma tentativa de se abster do julgamento alheio, deixando de lado seus medos, frustrações e inseguranças, tão comuns na vida online. Ela só poderá ser ela mesma a partir do momento que se aceitar. Ignorando as opiniões alheias, ela assume sua verdadeira personalidade, sem medo de ser recriminada ou desprezada.

Emily, por outro lado, necessita de auto-afirmação. Ela é carente de atenção e faz de tudo pra consegui-lá. Por trás da tela do computador, ela bombardeia seu blog com acusações que disseminam o ódio. Alimentadas pelos posts, as demais garotas rejeitadas pela irmandade, ajudam a propagar as acusações ao se alegarem vítimas dos abusos. Com isso, Emily ganha as amigas que tanto queria, saindo do anonimato.

Podemos observar a facilidade da violência praticada através da tela de um computador. A busca desenfreada por curtidas e compartilhamentos, mesmo que por meios caluniosos. Pessoas buscando auto-afirmação pela sua presença online.



Vemos uma cidade estarrecida pela possibilidade dos crimes sexuais praticados pelas integrantes da irmandade. Um culto sexual lésbico e abusivo com um pentagrama como símbolo é tudo o que precisam para uma espécie de Inquisição.

É inegável a associação das garotas da irmandade com as famosas perseguições às bruxas da antiguidade. Embora a religião não seja a causa real da recriminação dos membros da irmandade, em diversas partes do filme vemos Emily fazendo sua oração e distorcendo seus pedidos a Deus. Estas cenas são incômodas. Não é de hoje que o ser humano usa a religião para seus próprios objetivos. Em nome da fé, já fomos testemunhas de muitas barbaridades cometidas pela raça humana. Emily e suas ações representam a hipocrisia entre aquilo em que ela deveria acreditar e seguir e aquilo o que ela coloca em prática.

A dificuldade do diálogo entre pais e filhos é bastante evidente no desenrolar da trama. Como a maioria das adolescentes, as protagonistas já vivenciavam diversos problemas familiares mesmo antes das acusações. Assim, os problemas vividos se intensificam durante o caso. Temos pais preocupados, desconfiados e aterrorizados.

Não sei se o voto de silêncio foi usado como uma forma de protegerem uma parte de si mesmas. É agoniante ver as garotas da irmandade insistindo em manter o seu voto de silêncio com o decorrer da trama. Talvez o caso não tivesse tomado tamanha proporção.

O filme é um tributo à beleza da amizade verdadeira, confiança e apoio. Nele você vai conhecer a verdadeira essência do Girl Power tanto falado atualmente.

E fica a mensagem: Combate-se o ódio com amor.

Ficou curioso? Confira o trailer:


Até a próxima! :)

Comentários
2 Comentários

2 comentários:

  1. Caraca AMEI. já quero ver! Anotadiissimo! Também sou dessas que fico "stalkeando" os artistas que curto pra ver o que estão fazendo! Como a Lucy ta linda!

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    Respostas
    1. Adoro stalkear. hiahiuahiahu. Já viu o Alfalfa d'Os Batutinhas? Tá um espetáculo. :x
      A Lucy tá linda, maravilhosa e poderosa. Deu um show no filme. :)

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